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Por Vanessa Geraldeli.

Bonjour amigos, hoje vou levar vocês para conhecer um lugar especial em Paris, com uma energia inigualável e que transmite uma paz revigorante.

A Capela da Medalha Milagrosa é um importante lugar de oração e peregrinação, que atrai inúmeros fiéis, vindos do mundo inteiro, desejosos de um momento de recolhimento e da proteção da Virgem Maria. Sempre que posso vou a essa Capela, pelo menos uma vez por mês e falo com certeza que saio de lá revigorada!

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A minha história com essa igreja teve início em 2010, quando estive em Paris pela primeira vez. Por conselho de amigos fui conhecer a Igreja, mal sabia eu que estava prestes a me apaixonar por uma linda história de vida e amor.

A Capela é famosa por lá ter ocorrido um fato que a igreja reconhece como milagre: o encontro da noviça Catarina de Labouré com a Nossa Senhora das Graças.

A primeira aparição supostamente aconteceu na noite da festa de São Vicente de Paulo, 19 de Julho, quando Catarina orou devotamente ao santo patrono para que ela pudesse ver com seus próprios olhos a Mãe de Deus, e convenceu-se de que seria atendida naquela mesma noite. Indo ao leito, adormeceu, e antes que tivesse passado muito tempo foi despertada por uma luz brilhante e uma voz infantil que dizia: “Irmã Labouré, vem à capela; Santa Maria te aguarda”. Mas ela replicou: “Seremos descobertas!”. A voz angélica respondeu: “Não te preocupes, já é tarde, todos dormem… vem, estou à tua espera”. Catarina então levantou-se depressa e dirigiu-se à capela, que estava aberta e toda iluminada. Ajoelhou-se junto ao altar e logo viu a Virgem sentada na cadeira da superiora, rodeada por um esplendor de luz. A voz continuou: “A santíssima Maria deseja falar-te”. Catarina adiantou-se e ajoelhou-se aos pés da Virgem, colocando suas mãos sobre seu regaço, e Maria lhe disse: “Deus deseja te encarregar de uma missão. Tu encontrarás oposição, mas não temas, terás a graça de poder fazer todo o necessário. Conta tudo a teu confessor. Os tempos estão difíceis para a França e para o mundo. Vai ao pé do altar, graças serão derramadas sobre todos, grandes e pequenos, e especialmente sobre os que as buscarem. Terás a proteção de Deus e de São Vicente, e meus olhos estarão sempre sobre ti. Haverá muitas perseguições, a cruz será tratada com desprezo, será derrubada e o sangue correrá”. Depois de falar por mais algum tempo, a Virgem desapareceu. Guiada pelo anjinho, Catarina deixou a capela e voltou para sua cela.

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Catarina continuou sua rotina junto das Irmãs da Caridade até o Advento. Em 27 de novembro de 1830, no final da tarde, Catarina dirigiu-se à capela com as outras irmãs para as orações vespertinas. Erguendo seus olhos para o altar, ela viu novamente a Virgem sobre um grande globo, segurando um globo menor onde estava inscrita a palavra “França”. Ela explicou que o globo simbolizava todo o mundo, mas especialmente a França, e os tempos seriam duros para os pobres e para os refugiados das muitas guerras da época. Então a visão modificou-se e Maria apareceu com os braços estendidos e dedos ornados por anéis que irradiavam luz e rodeada por uma frase que dizia: “Oh Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. Desta vez a Virgem deu instruções diretas: “Faz cunhar uma medalha onde apareça minha imagem como a vês agora. Todos os que a usarem receberão grandes graças”. Catarina perguntou por que alguns anéis não irradiavam luz, e soube que era pelas graças que não eram pedidas. Então Maria voltou-lhe as costas e mostrou como deveria ser o desenho a ser impresso no verso da medalha.

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Catarina também perguntou como deveria proceder para que a ordem fosse cumprida. A Virgem disse que ela procurasse a ajuda de seu confessor, o padre Jean Marie Aladel. De início o padre Jean não acreditou no que Catarina lhe contou, mas depois de dois anos de cuidadosa observação do proceder de Catarina ele finalmente dirigiu-se ao arcebispo, que ordenou a cunhagem de duas mil medalhas, ocorrida em 20 de junho de 1832. Desde então, a devoção a esta medalha, sob a invocação de Santa Maria da Medalha Milagrosa, não cessou de crescer. Catarina nunca divulgou as aparições, salvo pouco antes da morte, autorizada pela própria Maria Imaculada.

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Catarina morreu em 31 de Dezembro de 1876. Seu corpo foi exumado em 1933, sendo encontrado incorrupto, e hoje é exposto à veneração na capela.

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Foi beatificada em 1933 pelo Papa Pio XI e canonizada em 27 de julho de 1947 pelo Papa Pio XII. Inúmeras são as graças alcançadas pelos fiéis e, por isso, são muitas as placas de agradecimento nas paredes da Capela.

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Este santuário está situado no coração de Paris, na Rue du Bac, 140.

Vanessa Geraldeli é formada em Direito pela PUC/ MG, mas abandonou o Direito para dedicar-se a outra paixão, a fotografia. Desde 2010 faz vários cursos de fotografia e em 2015, mudou-se para Paris, aonde exerce a profissão.