Por Luiza Fletcher.

Eu não deveria ficar aqui, não deveria ser fixada neste único ponto. Eu não deveria ser definida pelas expectativas dos outros, não deveria ser presa nesta bola de cristal de segurança, ou enjaulada como um pássaro com asas grandes.

Eu deveria voar livre, para o meu corpo, alma e mente. Eu deveria saber o que é liberdade, deveria me lembrar dela. Eu deveria sentir-me bem sendo honesta. Eu sei que é um mundo perigoso lá fora, mas eu sou uma garota perigosa, e o perigo é o meu mantra.

Mas, muito frequentemente estamos tão absortos com as nossas agendas e listas de tarefas, que nos esquecemos o que é liberdade. Perdemos nosso senso de aventura, porque muitas vezes nos é dito que é “seguro e confortável onde estamos.” Estamos presos dentro de ideais e expectativas que podem nem mesmo ser nossas para começar, porque outras pessoas, que aparentemente nos conhecem melhor do que nós mesmos, as estabeleceram. Nós sucumbimos à pressão da sociedade, a necessidade de nos “encaixar” e estarmos em conformidade com a definição de “normal” da sociedade”.

Espera-se que tenhamos profissões gloriosas, como médico, advogado, ou um astronauta. Espera-se que desejemos ser ricos, vivermos em um apartamento e dirigirmos um carro bom. Espera-se que fiquemos quietos e não expressemos quaisquer opiniões controversas. Espera-se que tenhamos fome de sucesso.

Estamos presos nesta corrida de ratos, enjaulado como pássaros com asas amarradas.

Eu costumava ser assim. Eu costumava perseguir as coisas que eu achava que me fariam feliz.

Mas elas não me faziam feliz.

Eu foi puxada em tantas direções que até mesmo perdi de vista o norte da minha bússola. Bati em tantos obstáculos, mentalmente e fisicamente.

E então eu decidi ser livre.

Eu decidi escolher a felicidade. Eu decidi escolher a liberdade.

Eu decidi me escolher.

Eu decidi me mudar porque eu não sou uma árvore presa ao chão.

Eu deveria ser capaz de fazer coisas que me fazem feliz, que alimentam minha alma. Eu deveria voar livre, em todas as direções, sem quaisquer limites.

Eu decidi fazer as coisas que amo. Decidi perder as coisas que eram importantes para mim, para poder manter o que é ainda mais importante para mim. Eu decidi desistir de coisas e pessoas que eu sabia que não tinha futuro, para poder continuar minha busca por algo maior.

Eu decidi ter um sabor da verdadeira liberdade, e que, quero crer, é o que todo mundo merece.