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Por Mayke Moraes.

Alasca, 1 da manhã do dia 24 de janeiro de 2016.

Sentado, revendo as fotos das minhas viagens pelo mundo, escrevendo mais um capítulo do meu livro sobre as experiências que vivi durante esses sete anos de “mochilada”, sinto um tremor. O que estaria acontecendo? Minhas pernas ficaram bambas, os quadros caíram das paredes, vasos. Portas se abrindo, lustres balançando e aquela sensação de impotência.

Saí para a rua como todos os vizinhos fizeram, e quando nos vimos livres do terremoto de magnitude 7.1 que atingiu a região de Anchorage, meu coração voltou a bater no ritmo normal.

Um terremoto sacode tudo e esse deu uma sacudida até no meu coração. Coração que não quer mais guardar experiências. Quer compartilhar tudo que experimentou. Devolver um pouco para o mundo daquilo que me abasteceu com todas essas viagens. Não há nada mais difícil que colocar cheiros, emoções, sentimentos, impressões em palavras. E é por isso que tenho me ausentado.

Escolher a palavra certa para descrever cada vulcão que visitei, cada mergulho que fiz, cada comida exótica ou não que experimentei, cada amor que vivi, é a maneira que encontrei de esvaziar um pouco meu coração, cheio de emoções e experiências, para poder fazer novos roteiros e mochilar mais um pouco pelo mundo. Esse terremoto veio para me mostrar isso. Sacudir as estruturas – minhas e as que estão no meu entorno, para que eu perceba a brevidade dos momentos, nossa insignificância diante da natureza.

Que em 2016 tenhamos mais viagens, mais relatos – e que eu possa entregar esse livro para cada alma sedenta de experiências – e inspirar cada ser humano do planeta a viver sua vida com mais intensidade. Com o coração batendo mais forte. Mesmo que seja para fugir do perigo de um terremoto. Ou embarcar numa grande aventura.

Quem sabe?

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Mayke Moraes é brasileiro, mineiro, solteiro, flamenguista e apaixonado por viagens, desde que se entende por gente. Fissurado em comidas bizarras, exóticas e nojentas para alguns. Sem apegos materiais e emocionais, carrega consigo, além da mochila um único sonho, o de visitar e explorar 100 nações. Mora fora do Brasil desde 2008, tem uma vida nômade, onde graças a muito suor e diferentes trabalhos continua realizando seu grande sonho de explorar o globo, já tendo visitado e explorado 54 países e centenas de cidades, sempre com pouco dinheiro e muita vontade, inspirando e motivando aqueles que erroneamente acreditam que é preciso ser rico para viajar o mundo.