Por Margarida Halacoc.

Teve uma profusão de vestidos pretos, pulseiras contra o assédio, mas não faltou o vermelho arrasador, o amarelo forte, o azul royal e o branco no Globo de Ouro 2019. A moda esteve tão versátil e surpreendente quanto os filmes eleitos e os nomes indicados. Certamente, uma noite de muitas revelações.

Atrizes se apropriaram do tapete vermelho com toda elegância e firmeza nos passos. Mulheres do século XXI que querem ser admiradas, mas sobretudo respeitadas, recado que ficou explícito nos braços e bolsas de atrizes como Anne Hathaway, Laura Dern, Julianne Moore e Gina Rodriguez. Inovação em relação ao ano passado quando as atrizes usaram um broche em apoio ao movimento Time’s Up, como incentivo às mulheres do mundo inteiro a denunciarem casos de assédio. A conexão com a moda vai ditando comportamentos mundo afora e as atrizes sabem disso. O movimento recebeu apoio do ator Andy Samberg, um dos apresentadores do Globo de Ouro deste ano.

Não faltou exuberância aos cabelos nem à maquiagem, mas, de modo geral, as estrelas optaram por descomplicar a beleza, deixando-a fluir de um jeito mais “orgânico”, numa aposta clara a makes mais leves, tons nudes e cabelos mais naturais. Algumas não dispensaram um batom vermelho, do mais vivo ao mais fechado (que nunca saiu de moda), e que atravessou mais uma vez o tapete mais cobiçado do mundo.

Teve sombra colorida e metalizada para combinar com os vestidos, uma profusão de delineadores azuis, menos joias e mais cabelos coloridos, como o da Lady Gaga, que chegou chegando, espetaculosa como sempre, com vestido Valentino Couture azul lavanda e cabelos idem. Fashion, ousado e com aquele quê de modernidade: a cara de Lady Gaga. Favorita, não arrasou na premiação como na passarela, mas levou para a casa a louvação dos críticos e fotógrafos, reafirmando sua marca de jamais pertencer ao universo das mulheres comuns.

Um Globo de Ouro com reflexos no mundo inteiro, seja na moda, nos estilos, nos discursos, nos valores defendidos e exteriorizados nos comportamentos.  Uma coisa ficou clara: menos é mais.