Por Elisabeth Santos.

É uma relação empobrecida do ponto de vista emocional, pouco criativa, permeada por um vínculo destrutivo, alimentado pela dependência emocional.

A pessoa se sente refém do relacionamento, aprisionada, com suas autopercepções, autoestima e capacidade de pensamento crítico abaladas. Sair de uma relação desse tipo não é simples, porque existem muitos aspectos inconscientes na dupla.

Para conseguir se afastar é importante ter consciência de que se está vivendo dessa forma, fortalecer-se emocionalmente e buscar uma rede de apoio, isto é, ajuda familiar e de amigos e, algumas vezes, acompanhamento psicanalítico. O fortalecimento emocional implica conhecer suas próprias fragilidades de modo consciente, para poder distinguir se as críticas correspondem a algo real ou são apenas uma projeção dos sentimentos da outra pessoa. Elas podem ocorrer em qualquer tipo de relação humana, não necessariamente entre namorados ou cônjuges, mas também entre pais e filhos, mãe e filhas, irmãos e colegas de trabalho.

As relações tóxicas causam prejuízo emocional e podem gerar uma espécie de vício que aprisiona as pessoas, interfere na autoestima e diminui o rendimento em suas atividades. A pessoa se sente esgotada. Quem está envolvido em uma relação tóxica pode somatizar, jogando no corpo o que não foi possível elaborar.

A pessoa envolvida nesse tipo de relação pode perder a noção de quem é. Ninguém está obrigado a suportar algo que é insuportável. Mas modificar o funcionamento emocional é algo que exige um alto investimento psíquico. Esse relacionamento tóxico só pode ser mudado através do desejo da própria pessoa que deseja a mudança, e com ajuda especializada.

Acreditar que se pode conseguir mudar o outro é uma grande fantasia onipotente. A pessoa só se modifica se isso for importante e necessário para ela mesma, e não por causa do outro.