Por Marcela dos Reis Mello.

Olá à todXs!

Me chamo Marcela e estarei semanalmente com vocês falando sobre moda, mas espere aí, antes que você pense que essa é mais uma coluna de “dicas fashionistas”, devo te avisar que o intuito real é promover uma visão disruptiva do processo e conceito de moda.

Desde os primórdios da humanidade o ato de se vestir faz parte do nosso cotidiano. Nos proteger do frio e demais intempéries, especificar nosso clã, fortalecer nossa identidade pessoal e nos coligar aos demais de nosso grupo, dentre outras inúmeras funções.

Com o passar dos anos e consequente emancipação feminina, houve uma entrada maciça das mulheres no mercado de trabalho formal e informal, sendo que o ambiente têxtil/fashion responde hoje como o segundo que mais emprega mulheres, perdendo somente para os trabalhos domésticos.

Na indústria têxtil brasileira, cerca de 64% da mão de obra são de responsabilidade das mulheres.

Quando se trata desse assunto, fica mais fácil falar da mulher no mercado de trabalho porque este setor está, literalmente, nas mãos das mulheres.

O setor soma mais de 1,7 milhão de trabalhadores e cerca de 64% desta mão de obra são mulheres, segundo estimativa da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Destas, 40% são arrimo de família.

No mundo, esse número é ainda maior: 85%. E elas estão em todos os lugares: nas lavouras de algodão, na produção de fios, no chão de fábrica, no comércio e nos eventos de moda.

No entanto, as mulheres ainda ocupam os espaços de menor remuneração tanto na indústria quanto no varejo.

Números da indústria têxtil:

Discutir a presença da mulher no mercado de trabalho vira pauta todos os anos quando nos aproximamos do dia da mulher. Mas o assunto ainda é pouco abordado no setor, que é massivamente formado por elas.

De acordo com estudo da ONG Fashion Revolution Brasil, feito em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), apenas 30% das marcas mais conhecidas no mundo da moda possuem uma estratégia e metas relacionadas ao empoderamento das mulheres. Além disso:

  • Das 50 maiores marcas de moda, apenas 14% são lideradas por mulheres;
  • Não há nenhuma mulher entre os 10 CEOs mais bem pagos da indústria têxtil;
  • Menos de 25% dos altos cargos das maiores empresas de moda são femininos;
  • Dos 371 designers por trás das 313 marcas que desfilam durante as quatro semanas de moda mais importantes do mundo (NYC, Londres, Milão e Paris), apenas 40,2% são mulheres.

Exemplos a serem seguidos

Mulheres em todo o Brasil estão tomando para si a responsabilidade de mudar este cenário ao abrir novos negócios no setor de confecção.

Enfim, um movimento importante, já que segundo pesquisa liderada pelo Conselho de Designers da América (CFDA) e a revista Glamour, um dos fatores que mais desmotiva as profissionais a buscar posições de liderança é a falta de exemplos femininos para serem seguidos por mulheres que estão apenas começando.

Nas próximas semanas falaremos sobre ética, sustentabilidade e, daremos dicas sim, mas sempre voltadas para o fortalecimento da autoestima pessoal e profissional de todXs. Traremos exemplos reais de marcas que investem numa moda ética que vai além do marketing, possui uma missão e valores que sustentam essa postura.

E vocês, o que pensam da participação das mulheres no mercado da moda e como entendem que seja uma real moda ética sustentável? Mandem seus comentários!