Há muito que dizer sobre a palavra “pai”, a começar pelo todo poderoso a quem chamamos de Pai, aí já dá para entender que ser pai é uma baita responsabilidade. O pai costuma ser lembrado nos momentos mais importantes da vida de alguém, ou o responsabilizamos por nossas derrotas ou o responsabilizamos por nossos sucessos, utilizamos termos como “pai ausente”, “pai autoritário”, “paternalismo”, “paitrocínio” e aí vai.
Ser pai pode ser uma dádiva e eu acredito que realmente o seja. Não posso negar que os dois momentos mais marcantes da minha vida foram os dias em que meus dois filhos nasceram. Receber a vida de alguém, ser responsábel por esta vida, não se compara com nada neste mundo, ainda que muitas pessoas prefiram ser promovidas no emprego, ganhar na loteria, serem famosos e tantas outras coisas, ser pai é a melhor coisa que pode acontecer a um homem.
Há pessoas que são chamadas pela vida a realizar grandes obras e muitos de nós as invejamos e queremos ser como elas, mas o fato é que cada homem que recebeu a graça de ser pai é convidado a realizar a maior obra que pode existir no mundo, a educação de um filho. Educar vai muito além do material, é ser aquela figura que traz segurança, que mesmo quando tudo parece estar destruído, ele está ali, mostrando para os filhos que a vida pode prosseguir, não importa o tamanho das dificuldades.
Hoje, fala-se muito sobre uma crise de valores, sobre uma nova era onde a família parece perder a importância, é notável o enfraquecimento da figura paterna, o enfraquecimento da autoridade e consequentemente da segurança que esta figura traz para o desenvolvimento da vida dos filhos. Ainda que a moda, as tendências, os movimentos sociais e tantas pessoas confundidas promovam ilusões aparentes e tentem criar uma cultura de negação das frustrações e portanto negação das relações humanas, pois não há relacionamentos frutuosos sem a presença de certos conflitos, ainda que tudo isso aconteça nos dias de hoje, nada no mundo poderá destruir o vínculo que existe entre um pai e um filho.
Ainda que muitos pais abandonem seus filhos ou os entregue para as babás, ao colégio, aos outros, a vida selou uma marca na vida destes homens, são pais e sempre serão, não se pode fugir desta responsabilidade, deste título, desta missão.
Se hoje o mundo está inseguro, se há violência nas ruas, se há instabilidades financeiras, se no mundo falta paz e amor, quem promove a segurança no interior da pessoa é o pai. Onde estamos? Por onde andam os grandes homens da história? Os construtores de pontes, os defensores da vida, os desbravadores e amantes da família?
Muitos podem dizer, como realmente dizem, que o casamento é um peso na vida de homem e que ser pai também pode ser sinônimo de falta de liberdade, a esta cultura da irresponsabilidade só tenho a dizer que a felicidade encontra-se do outro lado da montanha, decidir amar é o primeiro passo para encontrá-la, é por isso que para ser pai passamos pelo primeiro teste, o teste de amar uma mulher, se passamos neste teste, a vida nos dá a graça de alcançarmos o outro lado da montanha, poder ser co-criadores da humanidade, poder dar ao mundo uma nova vida, um novo homem ou uma nova mulher, para transformar o mundo e ser o que deva ser.
Ser pai, ao final das contas, não é para qualquer um, me desculpem os que não o são, mas hoje é nosso dia. Que se orgulhem os pais, que levantem a cabeça bem alto e vislumbrem as dádivas que a vida lhes deu, que não se escondam ante as dificuldades da vida, há um mundo para construir, pois jamais poderemos dizer que nossa vida não tem sentido, um pai sempre tem alguém para amar, sempre haverá um motivo para fazer o bem, um para que viver, um por quem lutar, por quem vencer! Ser pai, ao final das contas, é ser o que devemos ser!
Élison Santos é Psicólogo Clínico, terapeuta de casal, membro da sociedade brasileira de logoterapia, especialista em Análise Existencial e Logoterapia pela PUC Curitiba. É idealizador do grupo de reflexão para mulheres "Compreendendo os homens". Palestrante, comentarista de TV e colunista do site aleteia.org.
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