Por André Lucas Carvalho
A bandeira mais bonita é aquela que se levanta junto, lado a lado, homens e mulheres!
Num tempo em que todo arcabouço cultural está ligado à questão de gênero, algumas reflexões têm sido abordadas através de inúmeros movimentos que criticam a distinção entre nós seres humanos e toda falácia pregada para justificar a violência e preconceito contra a Mulher, de modo específico.
Movimentos feministas têm surgido com maior frequência, a partir de uma sensibilidade com mulheres que morrem todos os dias, outras que são violentadas, e ainda aquelas que são reprimidas pelos homens, seja o pai ou o irmão no seio familiar e ainda, o marido que a trata como propriedade exclusiva. Primeiramente, por uma questão histórica, há uma herança muito forte no contexto judaico cristão nessa temática patriarcal e machista, sendo desdobrada a cada geração de forma errônea e injusta. “Levantar bandeira(s)” não é a questão a ser julgada. Seria tendencioso focar apenas nesses movimentos e protestos públicos, muitas vezes regidos pelo calor do momento. É preciso analisar o motivo de tanta luta e a intenção de requerer os mesmos direitos enquanto cidadãos de bem, independente do gênero.
Ainda assim, é triste perceber que ainda existam inúmeros casos de mulheres que passam muitos anos de suas vidas na tutela do pai até que, com o casamento, passam a ser pertence do marido. Opressão não é amor: Ou é patologia ou é medo. É preciso ter coragem para sair dessa situação de vítima e ser livre para exercer seus direitos e deveres. Por isso, mais uma vez, o feminismo é a sementinha da coragem para que essas mulheres lutem pela sua liberdade.
Contudo, há uma tensão quando a mulher carrega a missão de provar para as pessoas o seu papel de “super mulher”, se caso houver um abandono do marido que a violenta e, consequentemente, do lar que dividia junto com esse agressor. Cerca de 70% das mulheres criam seus filhos sozinhas e há um necessidade enorme de ser forte e ter garra para ser mulher, mãe e trabalhadora doméstica, além de assalariada. Com isso, há muitos discursos machistas acerca dessas funções que nem sempre são concretizadas, nem por elas e que se fossem dirigidas aos homens, provavelmente também não seriam.
‘Por que você saiu de casa?’
‘Sabia que não daria conta!’
‘ Volta para ele e esquece o passado!’
O feminismo só existe por haver também o machismo e consequentemente o capitalismo, por conta desta divisão sexista de trabalho e desvalorização da função da mulher e “supremacia” masculina. Uma interrogação: Será que a ascensão da mulher retrocederá o homem e suas funções sociais, econômicas e políticas? Sinceramente, creio que não. Cada um com a sua competência.
Logo, mulheres e homens devem ter os mesmos direitos. Cada um escolhe o que deve vestir, a maneira que lhe convém para se comportar num meio social (desde que não denigra o espaço alheio) e ainda, a forma de pensar e ver a vida. Não cabem rótulos em um meio teoricamente democrático. É preciso respeitar o diferente e ser menos hipócrita ao lidar com estas questões de valores, podendo haver discordâncias, mas não desrespeito pela diferença.
André Lucas de Carvalho, 26 anos, mora em Carmo da Cachoeira e é graduado em Historia e atualmente na Rede Estadual de ensino do Estado de Minas Gerais.
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