Por Rafaella Fioravanti
Como você tem dado espaço para suas múltiplas versões?
Nossa natureza é cíclica. Por mais que o mundo da produtividade linear tente nos deixar todas iguais, fazendo as mesmas coisas todos os dias do mês, nossas múltiplas faces se manifestam de um jeito ou de outro.
Temos nossos dias como criativas, como organizadoras, como intuitivas, objetivas, subjetivas, frias, quentes, sedutoras, solitárias, predadoras, discretas, vulneráveis, fortes, cuidadoras, dependentes, independentes, carentes…
Temos o tempo de nutrir e de ser nutrida. De criar e de não saber. De fazer e de pausar. De ser e de não ser. Temos nosso tempo, nosso ritmo.
As tentativas reducionistas e simplistas de nos moldar a um padrão contínuo de cotidiano, nos fez mulheres doentes, melancólicas, tristes e enjauladas. É impossível conter nossa natureza cíclica e selvagem, nosso corpo carrega uma memória milenar de quem somos e conter isso nos impede de viver toda nossa potência, de tudo que somos e podemos ser.
A energia criativa e poderosa que fica reprimida se somatiza em dor, em sofrimento, em um sentimento de algo que falta e que ficaremos eternamente buscando fora, até o dia que ela explode de uma só vez e você será chamada de louca.
Eu faço um pedido pra você hoje: não deixe chegar a esse ponto, nunca é tarde demais! Dê espaço para seu corpo e suas emoções viverem suas versões.
Deixe-as se manifestarem. Deixa você saber tudo o que é ser você!
Rafaela é membro da AMPC (Associação Mineira de Psicanálise Contemporânea)
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