LogomarcaPor Karla Mangiapelo Reis e Francisco B. Abreu Barros.

A busca pelo corpo perfeito está em alta no momento, as academias estão cada vez mais lotadas, entretanto muitas pessoas deixam de lado o cuidado com a saúde bucal.

O desempenho de atletas profissionais e amadores pode ser prejudicado pela presença de focos infecciosos, perda dentária ou má oclusão, erosão causada por uso indiscriminado de isotônicos, respiração bucal, halitose, desordens na ATM (articulação temporomandibular), problemas endodônticos (canal), alterações gengivais/periodontais, cárie dentária, raízes residuais e traumatismos dentários.

O uso de medicamentos, para dor de dente, podem interferir no exame antidoping e também no ganho de massa muscular, ou seja, alguns anti-inflamatórios agem exatamente bloqueando as prostaglandinas para aliviar os sintomas da inflamação (inclusive a dor) e com isso, pode ter efeitos deletérios na regeneração muscular e hipertrofia.

Pode haver também o aumento do risco de lesões (nas articulações dos joelhos, por exemplo) e dificuldade para recuperação de lesões, como as musculares, bem como diminuição da capacidade aeróbica, não aproveitamento do alimento ingerido (comprometimento da mastigação e consequente digestão), alterações na postura e na visão, dores de cabeça, zumbidos e fadiga precoce.

Um dos principais fatores que pode influenciar na recuperação de lesões musculares é a presença de focos infecciosos, de origem periodontal ou endodôntica, que dificultam a cicatrização tecidual.

A perda dentária ou má oclusão, além de acarretarem problemas de ordem estética, estão relacionadas ao mau aproveitamento alimentar e à deficiência na absorção dos nutrientes.

O uso de isotônicos pode provocar erosão dentária, o que acaba interferindo na nutrição, uma vez que o atleta passa a evitar alimentos mais ácidos, quentes e frios.

A síndrome do respirador bucal, que o ideal é que seja corrigida precocemente na infância ou no início da adolescência, está diretamente relacionada à perda do rendimento físico, já que pode causar sonolência, halitose, menor aproveitamento do oxigênio e dores na musculatura cervical.

A halitose pode interferir no convívio interpessoal, sendo que as causas mais frequentes de mau hálito são bucais e metabólicas, e estão relacionadas à desidratação, ao estresse e ao alto consumo energético.

Já as desordens temporomandibulares podem causar dores articulares, de cabeça e musculares, além de estarem relacionadas à postura incorreta.

Cada vez mais frequente, o traumatismo dentário provoca o afastamento do atleta das competições, sendo que os protetores bucais podem protegê-lo durante a prática de esportes com maior risco de contato, ou de impacto, como: boxe, judô, karatê, jiu-jitsu, futebol, basquetebol, handebol, etc. Estes protetores bucais podem ser os pré-fabricados (com tamanhos P, M e G) e os confeccionados pelo dentista, sendo este o ideal por ser feito sob medida e personalizado para cada atleta.

Portanto, o melhor ainda é a prevenção e assim, visitas periódicas e regulares ao cirurgião dentista evitam intervenções mais rigorosas.

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Karla Mangiapelo Reis é Cirurgiã Dentista pela Universidade de Alfenas (UNIFENAS-MG) e Especialista em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-MG). Atualmente está se especializando em Ortodontia pela Unifenas.