Dizem que nadar no Ganges pode matá-lo se você não estiver acostumado com a água, ou no mínimo te deixar tão doente que você irá preferir ter morrido no ato.
Os cientistas que fizeram testes na água do rio dizem que é tão poluído que chega a ser séptico, sem oxigênio dissolvido. Há mais de 30 esgotos que estão constantemente sendo despejados no rio. Se isso não é ruim o suficiente, há ainda o problema com o fluxo de poluição proveniente de outras aldeias e os rituais de cremação pública de cadáveres que acontecem em sua margem na qual as cinzas de mais de 60 corpos são jogados diariamente no rio. As famílias que não podem pagar uma cremação adequada optam por amarrar grandes pedras aos pés do cadáver e em seguida o levam em um barco até o meio do rio, onde o deixam afundar.
Mas esses fatos não importam para os hindus, que acreditam que o Ganges é um lugar para lavar uma vida de pecados, encontrar salvação e purificação espiritual.
O rio Ganges é o rio mais sagrado em toda a Índia e um dos mais sagrados do mundo. Ele flui ao longo da antiga cidade de Varanasi, que é conhecida por Hindus como a cidade de Shiva, Senhor do Universo.
O mais interessante foi ver a quantidade de moradores locais e turistas que se aproximaram ao me ver dando braçadas e mergulhando naquela água escura. Alguns com cara de nojo, outros (moradores locais) com admiração por eu estar imergindo sem medo em uma cultura tão incrível e exótica que é a hindu.
Bom, estou vivo e agora sem pecados!
NAMASTÊ
Foto: Mayke (Equipe 1000D) depois de ter nadado no rio Ganges. Cidade de Varanasi, INDIA.
Mayke Moraes é brasileiro, mineiro, solteiro, flamenguista e apaixonado por viagens, desde que se entende por gente. Fissurado em comidas bizarras, exóticas e nojentas para alguns. Sem apegos materiais e emocionais, carrega consigo, além da mochila um único sonho, o de visitar e explorar 100 nações. Mora fora do Brasil desde 2008, tem uma vida nômade, onde graças a muito suor e diferentes trabalhos continua realizando seu grande sonho de explorar o globo, já tendo visitado e explorado 54 países e centenas de cidades, sempre com pouco dinheiro e muita vontade, inspirando e motivando aqueles que erroneamente acreditam que é preciso ser rico para viajar o mundo.
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