Por Marcela Mello.
Você já ouviu falar em greenwashing?
Esse termo inglês pode ser traduzido para o português como lavagem verde ou pintando de verde. A definição de greenwashing é relativamente simples. Ele pode ser praticado por empresas e indústrias públicas ou privadas, organizações não governamentais (ONGs), governos ou políticos. Consiste na estratégia de promover discursos, anúncios, ações, documentos, propagandas e campanhas publicitárias sobre ser ambientalmente/ecologicamente correto, green, sustentável, verde, eco-friendly etc.
A intenção primordial do greenwashing é relacionar a imagem de quem divulga essas informações à defesa do ambiente, mas, na verdade, medidas reais que colaborem com a minimização ou solução dos problemas ambientais não são realmente adotadas e, muitas vezes, as ações tomadas geram impactos negativos ao meio ambiente. O greenwashing é como uma propaganda enganosa – uma imagem é passada, porém, a realidade é outra.
Com a moda “verde” em ascensão, infelizmente o greenwashing também ascende. E é fácil cair nele. Seja aquela linha de calçados veganos que todo mundo pensa ter sido feita localmente (mas confira a sola e você vai ver que foi feito na China) ou aquela bem sucedida marca eco-friendly que bem discretamente está produzindo suas roupas cada vez mais longe (em condições sob as quais não sabemos) ou até mesmo aquela designer famosa muito celebrada por seu comprometimento com a causa animal e sustentabilidade, mas que não é vegana muito menos pode garantir uma produção ética.
Existe uma lista crescente de exemplos tanto de marcas grandes quanto de marcas pequenas praticando propaganda enganosa e disseminando conceitos equivocados sobre sustentabilidade.
Eu compartilho da sua frustração. Assim como você, eu também já fui enganada e fiquei desapontada com algumas empresas “sustentáveis”, e aprendi bastante sobre greenwahsing no meio do caminho. Mas como saber em quais empresas confiar? Aqui estão algumas dicas que podem te ajudar nesse processo (afinal, é um processo).
Confira o país de origem.
Não há absolutamente nada inerentemente errado com marcas fabricando suas roupas na China, Bangladesh ou Índia. O que é errado é uma empresa tentar fazer os consumidores acreditarem que ela fabrica seus produtos em um lugar quando, na verdade, sua produção está alocada em outro. Se você estiver comprando online, verifique a página do produto para obter informações sobre onde algo foi produzido. Se não estiver listado ou se o idioma for vago (“importado”), isso deve levantar uma bandeira vermelha. Se o seu marketing promocionar uma produção “feita nos EUA” ou “feita no Brasil”, mas seus produtos estão listados como “feito na China”, você tem razão para ser cético. País de origem é uma informação legalmente requerida nas etiquetas de qualquer peça de roupa (e de qualquer produto) no Brasil, então basta checar a etiqueta para confirmar o marketing. Uma vez que você sabe, então você pode determinar se é o que você esperava.
Procure por fatos e especificações.
Palavras como “sustentável”, “verde” e “ecológico” não significam nada na moda. Ou, mais precisamente, elas podem significar absolutamente qualquer coisa que uma marca queira que esses termos signifiquem. Não fique satisfeito com as generalidades – em vez disso, procure marcas que ofereçam informações verificáveis. Afirmações como comércio justo e orgânico têm agências de certificação que devem ser listadas. A PETA tem um selo de aprovação para marcas veganas. A maioria das empresas se esforçando para fazer algo de bom irá informá-lo, então procure informações sobre coisas como compromisso com o desperdício ou redução de água ou energia, ou como eles estão dando de volta de maneiras realmente necessárias (veja abaixo). A escolha de palavras é importante e as marcas que estão fazendo um trabalho diferente terão como falar sobre suas ações com mais profundidade.
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