Por Amanda Ribeiro.
Não!!! Eu não vou dar dicas de alimentos e nem receitas, mas vou falar o que devemos fazer quando saímos da nutricionista com aquele papel com várias opções de alimentos.
Dentro do programa, “Pense Magro”, nós trabalhamos com uma nova forma de se organizar e se “policiar”, no que diz respeito a sua alimentação.
Muitos profissionais indicam para seus pacientes o diário de bordo, que é aquele famoso “caderninho” onde é escrito tudo que você consumiu durante o dia, mas no “pense magro”, trabalhamos duas habilidades: a de se planejar e de verificar os horários que mais sabotamos e quais alimentos não programados são mais atraentes, para fazer isso utilizamos da técnica do planejamento alimentar.
Mas como funciona?
Após se consultar com a nutricionista ou nutróloga você receberá seu plano alimentar, onde constarão todos os horários e os alimentos que você pode consumir, assim como as substituições.
A partir deste momento o seu plano passa ser seu fiel amigo, mas é impossível pensarmos que você conseguirá memorizar tudo que está escrito nele, ou seja, se ele não estiver do seu lado o dia todo você corre o risco de se sabotar.
No “pense magro” Judith Beck, nos instrui a fazer um planejamento alimentar no dia anterior, então, você anotará em um caderno os horários e os alimentos que consumirá no próximo dia, com essa prática, você poderá também verificar quais alimentos você tem em casa e separá-los para o dia seguinte.
Durante o dia, à medida que você consumir os alimentos, colocará um “ok” no seu plano diário, se você sabotar e comer algum alimento não programado anotará em qual refeição você o fez.
Você pode pensar que isso dará muito trabalho, ou que não é necessário, mas como já disse, o nosso cérebro tende a seguir melhor coisas que estão no concreto, ou seja, aquilo que está no plano visual e não só no plano dos pensamentos.
Fazer o plano alimentar diário também te auxiliará a desenvolver o hábito de se planejar, de fazer escolhas saudáveis e tirar de vez aquela velha expressão “eu escolho minha alimentação no automático”.
Outro benefício, é que você perceberá os horários em que mais se sabota e quais alimentos são mais tentadores. Algumas pessoas percebem que se sabotam após o almoço comendo algum doce, mas no momento que estão se sabotando pensam “ah! É só hoje, não vai fazer mal nenhum”, nesse caso, quando fazem o plano alimentar percebem que o “só hoje” já é um hábito e de doce em doce ganham alguns quilos por semana, por mês e por ano.
Segundo Judith Beck, 2009, o planejamento alimentar é essencial para ajudá-lo a:
Pensar na maneira de obter e preparar o alimento que está em sua dieta;
Lembrar-se do que comer e quando. Sem planejamento, você se coloca na difícil situação de ter que resolver os problemas na hora em que aparecem. Quando você está com fome e procura na geladeira algo para comer, pode acabar comendo algo que não seja compatível com sua dieta;
Eliminar a alimentação espontânea. A alimentação espontânea – pequenas mordidas nos lanches, as sobras e outros alimentos – é frequentemente o que faz com que as pessoas não emagreçam.
Tolerar a fome e os desejos, e também a aprender que pode conviver com isso;
Tomar decisões antes que os impulsos para comer apareçam. Suponha que uns amigos o convidem para jantar. Eles lhe oferecem uma sobremesa tentadora. A decisão já tomada: não. A sobremesa não está no seu planejamento, assim você não come. Você não tem que pesar prós e contras, basta seguir seu plano. Isso elimina tensões e dificuldades.
Caso você esteja pensando que fazer isso por alguns meses pode parecer cansativo ou até impossível, então se comprometa a fazer esse plano somente por uma semana, é mais fácil comprometer-se por uma semana de cada vez do que pensar que vai ter que fazer planejamentos pelo resto da vida – principalmente porque você, provavelmente, não precisará.
Amanda Ribeiro é Psicóloga Clínica e Terapeuta Cognitivo-Comportamental
Desenvolvido por Sakey Comunicação