DSC00441Dra Carolina é médica especialista em Mastologia pela Sociedade Brasileira de Mastologia; Pos-Graduanda em Oncoplástica pela Santa Casa de Belo Horizonte.

SV = Como são feitos os diagnósticos da maioria dos casos de câncer de mama? Tudo começa através do autoexame, da mamografia ou do exame no consultório?

 

Dra. Carolina = O câncer de mama, nos dias de hoje, é alvo de muitas campanhas.

Torna-se fundamental a orientação a prevenção, devido ao aumento de sua incidência ao longo dos anos e na certeza de que, quando diagnosticado precocemente, tem grandes chances de cura.

O diagnóstico baseia-se principalmente no rastreamento mamográfico. Explicando melhor: toda mulher, a partir dos 40 anos de idade deve realizar mamografia anualmente. Por este exame é possível diagnosticar lesões tumorais muito antes de serem palpadas.

Além disso, a mulher deve ser examinada por um profissional especializado, uma vez que existem tumores não visíveis nos exames de imagem – somente são palpáveis.

Nos últimos anos, o autoexame das mamas, ou seja, aquele que a própria mulher realiza, deixou de ter um grande enfoque, pois, quando a mulher percebe ou palpa um tumor em sua mama, já deveria ter sido descoberto pela mamografia. Mas, ainda assim, deve ser realizado no intuito de detectar lesões que podem aparecer, repentinamente, entre um ano e outro que foi feita a mamografia.

 SV = Depois de detectada a doença, quais são os primeiros passos?

Dra. Carolina = Quando detectada uma lesão mamária, o primeiro passo é procurar um especialista, que vai avaliar a necessidade, ou não, de fazer uma biópsia da lesão. Após o procedimento, caso seja confirmado o diagnostico de câncer, deve ser definido qual o melhor tratamento para aquela paciente – que pode ser cirúrgico, quimioterápico, radioterápico ou todos eles.

SV =  Quais são as técnicas de tratamento mais utilizadas? É sempre necessário fazer a cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia?

Dra Carolina = A cirurgia da mama sempre deve ser feita, porém nem sempre é o primeiro tratamento. Muitas vezes, a opção é iniciar o tratamento com quimioterapia.

Quanto ao tipo de cirurgia, ao longo dos anos a opção é por procedimentos mais conservadores. Nos tratamentos de câncer mamário, sempre que possível, evita-se realizar a mastectomia (retirada de toda a mama). E, caso esta seja necessária, também quando possível, a opção é por uma reconstrução mamária em ato imediato à retirada da mama. Mas, se isto não for não for possível, pode ser realizada quando terminado o tratamento oncológico.

A radioterapia é realizada de forma complementar ao tratamento cirúrgico, para diminuir a chance de o tumor voltar (recidivar) na mama operada. Mas nem sempre ela esta indicada.  Outros fatores devem ser considerados, tais como o tamanho inicial do tumor, a retirada ou não de todo tecido mamário, para decidir se há necessidade de fazer irradiação.

A quimioterapia é chamada de tratamento adjuvante, pois o corpo é tratado como um todo e não somente a mama. E, com ela diminui-se o risco de que o tumor volte em outras partes do corpo.

Também são inúmeros os fatores que são avaliados pra definir a necessidade ou não de realizar quimioterapia e qual tipo de medicação deve ser usada.

SV =  Quais são os piores efeitos colaterais dos tratamentos?

Dra. Carolina = Os efeitos colaterais estão, em sua maioria, relacionados à quimioterapia. Algumas mulheres têm reações mais intensas que outras e podem ter enjoos, vômitos, mal-estar geral, fadiga, úlceras em cavidade oral, formigamento em mão e pés, e a tão difícil queda dos cabelos (que não ocorre em todos os tipos de quimioterapia).

SV =  A prótese de silicone dificulta no diagnóstico?

Dra. Carolina = A prótese de silicone sempre é colocada atrás do tecido mamário. Assim, para um profissional experiente ela não atrapalha o diagnostico do câncer. Mas pode, sim, dificultar a realização de uma biopsia.

 SV = Qual a porcentagem de cura do câncer de mama?

Dra. Carolina = A porcentagem de cura varia de acordo com a fase que a doença foi diagnosticada. Na fase mais inicial, a cura pode chegar a 96%.

 SV = Existe prevenção?

Dra. Carolina = Não existe prevenção ao câncer de mama, porém alguns hábitos podem diminuir o risco de desenvolver a doença: não fumar, evitar o uso abusivo de bebidas alcoólicas, evitar a obesidade, ter filhos – de preferencia antes dos 30 anos de idade – e não fazer uso de medicações hormonais sem orientação médica.

SV =  A mulher que teve câncer de mama pode engravidar posteriormente? Como fica a amamentação?

Dra. Carolina = Apos o tratamento do câncer de mama, a mulher pode engravidar. Mas orienta-se que espere dois anos após o fim do tratamento. E, se ela tiver desejo, não ha nenhuma restrição quanto ao aleitamento.

Nós, mulheres do Saia Vip agradecemos à Dra Carolina. É de médicos dedicados e competentes que a humanidade precisa. O Ser Humano está carente de atenção e carinho, que com certeza faz grande diferença no tratamento e na cura das pessoas. Por isso, escolhemos a Dra. Carolina que brilhantemente respondeu a todas as nossas dúvidas de forma clara, objetiva e pronta. Obrigada pela sua disponibilidade e atenção.